Vale a pena oferecer parcelamento sem juros na sua loja virtual?

Em tempos de inflação alta e juros nas alturas, muitos empreendedores se perguntam: ainda vale a pena oferecer parcelamento sem juros na minha loja virtual?

A resposta não é simples — mas os dados mostram que essa estratégia continua sendo um dos principais motores de vendas no Brasil. Continue lendo e saiba como aproveitar as vantagens e driblar as desvantagens!

O consumidor brasileiro mudou, mas não parou de comprar

De acordo com a pesquisa Consumo em tempos de inflação e repriorização da Opinion Box, 95% dos consumidores perceberam aumento de preços no último ano e 82% passaram a trocar produtos por versões mais baratas.

Mesmo assim, 73% mantêm pequenos “mimos” nas compras, como doces, cosméticos ou refeições fora de casa.

Esses números mostram um consumidor mais racional, mas não desanimado. Ele pesquisa preços, compara opções e busca equilíbrio entre qualidade e custo. E quando o orçamento está apertado, as condições de pagamento se tornam decisivas.

O preço continua sendo fator número um na decisão de compra. Mas o consumidor quer, acima de tudo, sentir que está fazendo um bom negócio, aponta a pesquisa.

Parcelamento sem juros: o que o consumidor realmente pensa

Dados da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços – Abecs mostram que o parcelamento é o principal motivo para o uso do cartão de crédito:

  • 47% dos entrevistados disseram que a possibilidade de parcelar é o principal atrativo do cartão;
  • 86% concordam que parcelar facilita comprar o que precisam sem apertar o orçamento.

Isso significa que o parcelamento sem juros não é só conveniência, mas uma ferramenta de acesso ao consumo. Para muitos brasileiros, é o que permite comprar um produto de maior valor ou aproveitar uma promoção.

Desse modo, se um cliente compra um tênis de R$ 300, ele pode se sentir confortável em dividir em 3x sem juros, mas desistiria da compra se o pagamento fosse à vista. Nesse caso, o parcelamento não é um custo — é o que viabiliza a venda.

O que os lojistas dizem sobre o parcelamento sem juros?

Um estudo recente da SumUp, realizado com micro e pequenos empreendedores, confirma o outro lado da história: 54% dos lojistas consideram o parcelamento importante ou muito importante para o faturamento. 

Além disso, a pesquisa também revela como o parcelamento é usado na prática:

  • Quase 30% dos empreendedores parcelam as vendas mais frequentemente em 2 vezes;
  • 35% costumam dividir o pagamento entre 3 e 5 vezes;
  • E os empreendedores da Região Nordeste se destacam por oferecer parcelamentos mais longos, entre 6 e 12 vezes.

Ou seja, a maioria dos pequenos negócios oferece de 2 a 5 parcelas, equilibrando o apelo ao cliente e o controle de custos.

O peso dos juros: onde está o desafio?

O parcelamento sem juros é, sem dúvida, uma das principais estratégias para impulsionar vendas — mas também um dos pontos que mais pesam no caixa do lojista. Isso acontece porque, na prática, alguém precisa pagar pelos juros cobrados pelas operadoras ou bancos. 

E, quase sempre, esse custo recai sobre o empreendedor. De acordo com o Banco Central, as taxas do cartão de crédito parcelado variam muito no mercado:

  • Nos bancos com juros mais baixos, como o Paraná Banco e o Mercantil do Brasil, a cobrança gira em torno de 2,5% ao mês (aproximadamente 34% ao ano);
  • Nos grandes bancos, como Itaú, Caixa e Bradesco, a média sobe para algo entre 7% e 9% ao mês (cerca de 130% a 175% ao ano);
  • Já nas financeiras e bancos digitais, como Neon, Digio e Midway, os juros ultrapassam 12% ao mês, chegando a mais de 300% ao ano.

Em outras palavras: a cada parcela oferecida sem juros ao cliente, existe um custo embutido para o lojista — especialmente se ele optar por antecipar os recebimentos para manter o fluxo de caixa.

Para visualizar o impacto, imagine uma venda de R$ 1.000 parcelada em 10 vezes sem juros: se o lojista decidir antecipar o valor junto à operadora, com uma taxa média de 8% ao mês, ele pode receber cerca de R$ 880 líquidos.

Então, a loja perde aproximadamente R$ 120 nessa transação apenas para manter a condição de “sem juros” — um valor que, multiplicado por dezenas de vendas, representa uma fatia relevante da margem de lucro.

Por isso, o parcelamento sem juros continua sendo importante para atrair clientes, mas precisa ser usado com estratégia.

Muitos empreendedores têm optado por limitar o número de parcelas sem juros (por exemplo, até 3x) e repassar parte do custo nas demais, ou por concentrar a condição em produtos de maior margem e períodos promocionais.

Essas pequenas decisões ajudam a equilibrar competitividade e rentabilidade — sem abrir mão de uma das vantagens mais valorizadas pelo consumidor brasileiro.

Outro ponto importante é aproveitar ao máximo cada oportunidade de venda. Quando um cliente chega ao checkout e desiste antes de concluir o pagamento, há uma chance real de recuperação. 

O SAK, aplicativo da Empreender, automatiza esse processo: identifica boletos, PIX e carrinhos abandonados e envia mensagens personalizadas pelo WhatsApp para relembrar o cliente da compra.

Em lojas virtuais, esse tipo de automação faz ainda mais diferença — afinal, muitas desistências acontecem justamente por indecisão no momento do pagamento. Recuperar esses pedidos é como ganhar uma nova venda sem precisar investir em anúncios.

Parcelamento sem juros vale a pena? Depende da estratégia

Os estudos mostram um ponto em comum: o parcelamento sem juros ainda é decisivo na hora da compra, mas não precisa ser aplicado em todas as situações. 

Antes de definir quantas parcelas ou em quais produtos definir esse método de pagamento, é importante entender o impacto dessa decisão nos resultados.

O Dash, aplicativo da Empreender, ajuda exatamente nisso: ele reúne em um só painel indicadores como volume de vendas, ticket médio, taxas de conversão e formas de pagamento mais usadas.

Com esses dados, o lojista consegue identificar quais fatores realmente impulsionam as as vendas — e quando começam a comprometer as margens.

Essa visão facilita o planejamento e torna cada escolha mais estratégica, especialmente em períodos de juros altos. Veja algumas estratégias comprovadas:

SituaçãoO que fazer
Produto de giro alto e margem curtaOferecer parcelamento com juros a partir de determinado valor (ex: acima de R$ 300).
Datas sazonais (Dia das Mães, Black Friday)Fazer promoções com parcelamento sem juros temporário, para estimular o volume de vendas.
Clientes fiéis ou recompraManter o parcelamento sem juros como benefício exclusivo.
Vendas de maior valorReduzir o número de parcelas sem juros (ex: até 3x) e aplicar juros baixos nas demais.

Essas práticas equilibram competitividade e sustentabilidade financeira — o que é essencial em tempos de Selic alta e margens mais apertadas.

Além disso, soluções como o app Parcelamento, da Empreender, permitem personalizar as condições de pagamento na Shopify: número máximo de parcelas, aplicação de juros seletivos e destaque para promoções. Assim, o lojista mantém controle total sobre margens e atratividade da oferta.

Vale a pena também aproveitar o momento em que o cliente está fechando o pedido para tentar aumentar o valor da compra.

O Selly, outro aplicativo da Empreender, permite que o lojista defina regras personalizadas no carrinho, como “leve 3, pague 2”, brinde acima de determinado valor, frete grátis ou descontos progressivos.

É uma forma prática de ajudar o cliente a perceber a vantagem em levar mais produtos de uma só vez — e o lojista aumenta o ticket médio sem precisar alterar preços ou margens.

Parcelamento é custo ou investimento?

Os dados deixam claro: o parcelamento sem juros continua sendo um dos fatores mais importantes na decisão de compra do consumidor brasileiro, pois transmite confiança, acessibilidade e flexibilidade — três atributos que fidelizam.

Por outro lado, também é um investimento, que precisa ser planejado e acompanhado de perto para aumentar as vendas, o ticket médio e a competitividade da loja.

Oferecer parcelamento sem juros ainda vale a pena — desde que com planejamento. Afinal, ele continua sendo um dos maiores aliados para conquistar o consumidor, aumentar o ticket médio e reduzir a taxa de abandono de carrinho.

Mas é preciso olhar para os números e fornecer essa condição quando traz retorno financeiro, e se ajusta às condições de acordo com cada momento da loja.

No fim das contas, o parcelamento sem juros não é um custo — é uma ponte entre o desejo do cliente e o resultado do negócio. Para vender mais e melhor, conte com as soluções da Empreender!