
A venda direta é um dos modelos de negócio mais tradicionais do mundo e, ao mesmo tempo, um dos que mais se reinventaram nos últimos anos.
Se antes dependia de catálogos impressos e encontros presenciais, hoje se integra ao e-commerce, às redes sociais e até às transmissões ao vivo.
Mais do que eliminar intermediários, esse tipo de venda mantém viva a essência do contato próximo entre marcas, vendedores e consumidores.
Neste artigo, você vai entender como ele funciona, porque cresce tanto no Brasil e no mundo, quais empresas lideram esse mercado e 7 alternativas que podem complementar sua estratégia para vender mais e melhor. Boa leitura!
O que é venda direta?
A venda direta é um modelo de negócios em que produtos e serviços chegam ao consumidor final sem passar por redes varejistas ou intermediários.
A ideia central é simples: o contato entre quem vende e quem compra acontece de forma direta, seja presencialmente porta a porta, em canais digitais como redes sociais, aplicativos de mensagem ou lojas virtuais próprias.
Historicamente, a venda direta ficou marcada pelo modelo de catálogos impressos, nos quais consultores e consultoras apresentavam linhas de produtos a clientes e coletavam pedidos.
Esse formato foi a porta de entrada para milhões de empreendedores, especialmente em setores como cosméticos, perfumaria e bem-estar.
Com o tempo, o catálogo físico deu lugar a versões digitais, e a prática expandiu-se para o social commerce e para o D2C (direct to consumer), em que as próprias marcas vendem sem depender de grandes marketplaces.
A essência, porém, continua a mesma: eliminar intermediários e fortalecer a relação de confiança entre marca, vendedor e consumidor.
E os números mostram que essa forma de comercializar não perdeu relevância. Segundo a Grand View Research, o mercado global de venda direta deve alcançar US$ 328,26 bilhões até 2030, crescendo a uma taxa anual de 6,7%, conforme o gráfico abaixo:
Além do potencial financeiro, há também o aspecto humano: muitas empresas do setor oferecem incentivos adicionais aos seus vendedores, como viagens, prêmios e programas de reconhecimento.
Esses estímulos têm sido fundamentais para manter sua força de vendas motivada e comprometida em expandir negócios, tornando o setor uma alternativa atrativa tanto para consumidores quanto para empreendedores.
Por que a venda direta está crescendo no Brasil e no mundo?
O avanço da venda direta se deve a uma combinação de confiança, personalização e oportunidade de empreendedorismo.
Muitos consumidores preferem comprar de pessoas ou marcas que conhecem, especialmente em categorias como saúde, nutrição, cosméticos e cuidados pessoais, que lideram o setor.
Além disso, ao contrário das compras impessoais em grandes sites, a venda direta oferece recomendações personalizadas, embalagens exclusivas, promoções sob medida e um atendimento mais humano, o que aumenta fidelização e recompra.
Mas o setor também enfrenta desafios. O crescimento acelerado do comércio eletrônico tradicional pressiona as empresas de venda direta a se modernizarem.
A resposta tem sido clara: investir em digitalização, fortalecer canais próprios de e-commerce e ampliar a experiência de social commerce. No cenário global, conforme a Grand View Research, cada região se destaca por motivos diferentes:
- Ásia-Pacífico: concentra 45,4% das vendas em 2024, impulsionada por mercados gigantes como China e Japão;
- Estados Unidos: deve seguir como líder individual até 2030, apoiado em empresas que transformaram a venda direta em impérios globais;
- Europa: cresce em torno de produtos premium e sustentáveis, refletindo o perfil de consumo local;
- América Latina: a região deve alcançar US$ 36,45 bilhões em 2030. A Argentina é o mercado que mais cresce com projeção de que alcance US$ 4.216,7 milhões até 2030.
No continente sul-americano, o destaque é o Brasil, com um mercado previsto para atingir US$ 15,592,4 milhões em 2030 (CAGR de 5,8%). O país já tem tradição nesse mercado, impulsionado por marcas como Natura, Avon, Jequiti e Mary Kay.
Um exemplo marcante é a própria Avon, que popularizou a venda direta de cosméticos e abriu oportunidade de renda para milhões de mulheres, por meio de uma rede de representantes autônomas.
Além disso, o setor ganha novo fôlego com a digitalização e a automação, que reduzem custos e permitem que empresas criem canais D2C (direct-to-consumer), fortalecendo ainda mais o contato direto com o consumidor.
De acordo com o CFA Institute, a Natura segue como líder regional em cosméticos e higiene pessoal, acompanhada por grandes nomes como Unilever, O Boticário, Procter & Gamble e Avon.
Sendo assim, esse conjunto de players mantém o Brasil como um dos mercados mais relevantes do mundo em venda direta.
Empresas que lideram o setor global
Segundo a Grand View Research, as companhias que mais se destacam na venda direta — e que juntas ditam as tendências do setor — incluem:
- Amway Enterprises Pvt. Ltd. (EUA) – gigante mundial em suplementos e bem-estar;
- Herbalife Nutrition Ltd. (EUA) – referência global em nutrição e produtos fitness;
- Natura &Co (Brasil) – multinacional que uniu sustentabilidade e inovação à venda direta;
- Vorwerk (Thermomix) (Alemanha) – forte em eletrodomésticos premium;
- Nu Skin Enterprises (EUA) – cosméticos e cuidados pessoais com apelo tecnológico;
- Tupperware Brands (EUA) – símbolo histórico de utilidades domésticas;
- Oriflame Cosmetics AG (Suécia) – cosméticos com apelo sustentável e global;
- Belcorp Corporation (Peru) – líder em beleza e bem-estar na América Latina;
- Mary Kay Inc. (EUA) – referência global em maquiagem e skincare;
- Cutco Corporation (EUA) – especializada em utensílios domésticos premium.
Essas empresas mostram como a venda direta pode ser, ao mesmo tempo, uma porta de entrada acessível para pequenos empreendedores e uma estratégia bilionária para marcas globais.
7 alternativas que complementam a venda direta
A venda direta evoluiu muito além dos catálogos impressos. Hoje, ela convive com modelos que não substituem, mas ampliam e digitalizam sua essência: eliminar intermediários e aproximar consumidores de marcas ou empreendedores.
Essas alternativas surgem como extensões da venda direta tradicional, oferecendo novos canais, formatos de entrega e modelos de relacionamento. Veja como cada uma funciona:
1. Social commerce
Se antes a venda direta dependia de um catálogo físico ou de uma conversa presencial, hoje o ponto de encontro entre vendedores e clientes acontece nas redes sociais.
O social commerce é justamente a compra que nasce dentro do Instagram, TikTok ou WhatsApp, onde o cliente descobre o produto, tira as dúvidas e já conclui a compra.
A força desse modelo está na naturalidade: o consumidor se sente à vontade ao comprar algo que viu no feed ou em um vídeo de quem confia.
Para potencializar esse canal, apps como o Widget Instagram e o Widget TikTok permitem integrar publicações diretamente às lojas virtuais, facilitando a jornada da descoberta à compra.
Já o Ovni ajuda marcas a contratarem influenciadores e criadores de conteúdo (UGC), ampliando alcance e trazendo autenticidade para as vendas. Saiba mais sobre o app:
Assim como no catálogo impresso da venda direta, a rede social também é uma vitrine. A diferença é que agora ela é dinâmica, interativa e sempre à mão do consumidor.
2. E-commerce próprio (D2C)
Se antes a venda direta significava depender de uma rede de consultores, hoje muitas marcas querem também ter o seu próprio espaço digital.
É aqui que entra o modelo Direct to Consumer (D2C): quando a marca cria sua própria loja virtual e vende diretamente ao cliente.
Esse modelo garante maior controle sobre preços, narrativa e experiência de compra. O consumidor encontra tudo em um único ambiente oficial, o que fortalece a identidade da marca e aumenta a confiança.
Na prática, isso pode ser feito de forma simples com soluções como o app Landing Page, que permite criar páginas de venda prontas e personalizáveis no e-commerce, apenas com o modelo arrasta e solta. Conheça o app:
Assim, o empreendedor consegue destacar um produto, contar sua história de forma envolvente e guiar o cliente até a compra, sem depender de conhecimentos técnicos.
No fundo, o D2C é a versão digital da venda direta: elimina intermediários, reforça a proximidade e coloca a marca em contato direto com quem compra.
3. Dropshipping tradicional
Na venda direta clássica, o consultor muitas vezes precisava comprar produtos antecipadamente para ter estoque e mostrar aos clientes.
No dropshipping tradicional, essa barreira desaparece: o vendedor oferece os produtos em sua loja, mas quem cuida da entrega é o fornecedor.
O benefício é claro: baixo investimento inicial e mais liberdade para testar nichos e ampliar o catálogo. Para o cliente, a compra continua sendo direta com o vendedor, mantendo o relacionamento próximo.
Já para o empreendedor, a automação facilita o crescimento. O Dropi é um app que conecta lojistas a fornecedores nacionais e internacionais para agilizar desde a importação de produtos até a gestão de pedidos. Conheça a melhor ferramenta de drop da América Latina:
Assim, o dropshipping mantém o espírito da venda direta — o contato e a confiança com o cliente — mas elimina a necessidade de estoque físico.
4. Dropshipping digital
Enquanto o dropshipping tradicional lida com produtos físicos, o dropshipping digital abre espaço para cursos, e-books e outros produtos intangíveis.
Aqui, o vendedor atua como distribuidor: conecta o produtor de conteúdo ao cliente final, sem precisar criar ou armazenar nada.
A grande vantagem está na entrega imediata e nas margens de lucro, já que não há logística de transporte envolvida. Para o consumidor, é a conveniência de receber o acesso na hora; para o empreendedor, uma oportunidade de escalar com custos reduzidos.
O Drop Digital é um app que viabiliza esse modelo, tornando simples a revenda de produtos digitais. Confira no vídeo como funciona para o lojista:
Na prática, é uma evolução da venda direta para o ambiente online: em vez de entregar fisicamente um produto, o vendedor entrega conhecimento ou acesso instantâneo.
5. Print on demand
Na venda direta tradicional, muitos empreendedores dependiam do portfólio fixo de uma empresa. Já no print on demand, o catálogo pode ser totalmente autoral e personalizado.
Camisetas, quadros, canecas e outros produtos só são produzidos depois que o cliente faz a compra, o que elimina riscos de estoque encalhado.
Para o consumidor, é a chance de adquirir algo exclusivo; para o empreendedor, a possibilidade de lançar coleções próprias sem altos investimentos.
A Montink é um exemplo que apoia esse modelo, permitindo que qualquer criador ou marca desenvolva linhas de produtos sob demanda e é compatível com outras plataformas de e-commerce, como a Nuvemshop. Veja:
É como se o catálogo da venda direta tivesse ganhado uma nova página — só que agora cada peça pode ser única.
Aproveite e leia também: Dropshipping ou print on demand: venda sem estoque e ganhe mais
6. Clubes de assinatura
Se antes a venda direta se baseava em pedidos avulsos, os clubes de assinatura transformam a relação em algo recorrente.
O cliente paga uma mensalidade e recebe periodicamente um kit de produtos, que pode variar de cafés especiais a cosméticos ou livros.
O valor para o consumidor está na curadoria e conveniência; para o empreendedor, na fidelização e previsibilidade de receita.
Afinal, o vínculo deixa de ser uma transação pontual e passa a ser um relacionamento contínuo, fortalecendo ainda mais a proximidade entre vendedor e cliente.
Portanto, esse modelo amplia a lógica da venda direta, garantindo presença constante na rotina do consumidor.
Aproveite e leia também: Estratégias de loyalty que realmente funcionam: como transformar clientes em compradores recorrentes
7. Live commerce
Se antes a venda direta acontecia com uma demonstração em casa ou com um catálogo nas mãos, hoje isso pode acontecer em frente a uma câmera.
O live commerce ou live shopping é justamente isso: apresentar produtos ao vivo, conversar com os clientes em tempo real e fechar a venda na hora.
A grande força desse formato está na interatividade. O consumidor pode assistir, fazer perguntas, ver como o produto funciona na prática e aproveitar promoções exclusivas durante a transmissão. É quase como estar numa reunião de vendas tradicional, mas sem sair do sofá.
O Replay é um app que ajuda empreendedores a transformar essas transmissões em verdadeiros eventos de vendas.
Ele integra a live ao e-commerce, facilitando a compra imediata enquanto o cliente ainda está engajado. Assim, a experiência mantém a proximidade típica da venda direta, mas com o alcance ampliado pelo digital. Confira como isso é possível:
Mais do que escolher uma única alternativa, você pode combinar modelos. É possível ter uma loja D2C e, ao mesmo tempo, vender em redes sociais, ou ainda usar a impressão sob demanda para lançar coleções limitadas e o live commerce para fazer lançamentos.
O importante é lembrar que todas essas opções são extensões da venda direta, e não substitutos. O que permanece é a essência: contato próximo, confiança e um relacionamento direto com quem compra.
Conclusão
A venda direta mostra que, mesmo em um cenário cada vez mais digital, a proximidade e a confiança continuam sendo o maior diferencial.
O catálogo de papel virou rede social, a reunião em casa virou live commerce, e novas alternativas como dropshipping, print on demand e D2C ampliaram as possibilidades para quem deseja empreender.
Agora, a escolha está nas suas mãos: qual dessas estratégias pode ajudar você a vender mais e melhor? O importante é dar o primeiro passo e adaptar o modelo ao perfil do seu público.
Quer se aprofundar nesse tema e conhecer de perto as principais tendências do setor? Participe do maior evento da América Latina dedicado ao Direct-to-consumer: o D2C Summit, promovido pela Nuvemshop. Acesse o link e garanta seu ingresso!
FAQ — Perguntas Frequentes sobre Venda Direta
Venda direta é um modelo de negócios no qual produtos ou serviços chegam ao consumidor final sem intermediários, por meio de representantes, redes sociais ou canais próprios das marcas.
Avon, Natura, Jequiti e Mary Kay são algumas das empresas que consolidaram o modelo no país.
Segundo a Grand View Research, o setor deve movimentar US$ 328,26 bilhões até 2030, com crescimento médio de 6,7% ao ano.
Porque une proximidade, confiança e personalização — fatores que os consumidores valorizam cada vez mais, especialmente em setores como beleza, saúde e bem-estar.
Na venda direta, a marca pode depender de representantes independentes; já no modelo D2C (direct-to-consumer), a empresa vende diretamente em canais próprios, como uma loja virtual.
Social commerce é a venda feita dentro das redes sociais, como Instagram e TikTok. Ele é uma extensão da venda direta, trazendo o catálogo para o ambiente digital e interativo.
Sim, pois o cliente compra diretamente do vendedor, mas o diferencial é que o estoque e a entrega ficam a cargo do fornecedor.
Permite criar produtos personalizados e exclusivos sem precisar manter estoque, ampliando o potencial criativo e reduzindo riscos.
É a venda de produtos por meio de transmissões ao vivo, em que o consumidor pode assistir demonstrações, interagir em tempo real e comprar na hora.
Entre as líderes estão Amway, Herbalife, Natura &Co, Vorwerk (Thermomix), Nu Skin, Tupperware, Oriflame, Belcorp, Mary Kay e Cutco.