Como influenciadores estão criando suas próprias marcas

Há pouco tempo, ser influenciador significava apenas recomendar produtos de outras marcas. Hoje, esse papel evoluiu: cada vez mais criadores estão deixando de ser “garotos-propaganda” para se tornarem donos do próprio negócio.

Essa virada não é apenas uma tendência estética — é um movimento estratégico. A influência virou capital. E a audiência, um ativo.

Influenciadores agora lançam suas próprias marcas, com identidade forte, comunicação direta com o público e um canal de distribuição embutido: suas redes sociais. 

É o cenário perfeito para o crescimento do social commerce, impulsionado por vozes que já têm a confiança de milhares — ou milhões — de pessoas.

Por que influenciadores estão criando suas próprias marcas?

A resposta é simples, mas poderosa: proximidade com o público + controle criativo + independência financeira.

Em vez de depender de contratos sazonais com marcas, esses criadores preferem construir algo que seja deles — em conceito, em produto e em retorno. Alguns fatores que impulsionam essa escolha:

Domínio sobre a narrativa: ao lançar sua própria marca, o criador deixa de ser apenas um canal de comunicação e passa a ser o protagonista da mensagem e da identidade do produto.

Dados em primeira mão: os influenciadores conhecem profundamente sua audiência — dores, desejos, hábitos de consumo — e usam esse conhecimento para criar produtos com alto potencial de aceitação.

Engajamento que vira conversão: ao contrário das marcas tradicionais, que ainda lutam para construir presença digital autêntica, o influenciador já começa com uma comunidade pronta para comprar.

Modelo de negócio com margens melhores: ao deixar de ser um intermediário e passar a vender seus próprios produtos, o criador passa a capturar uma fatia muito maior do valor gerado.

7 casos de influenciadoras brasileiras que mostram a força dessa estratégia

Cada vez mais influenciadores deixam de ser apenas embaixadores de marcas para se tornarem fundadores de seus próprios negócios — e não por acaso. 

A autoridade construída nas redes, somada ao conhecimento profundo da audiência, cria um terreno fértil para o nascimento de marcas com identidade forte e diferencial competitivo real.

Mas o que esses criadores têm em comum? Entendimento de comunidade, narrativa consistente e visão estratégica.

A lista de influenciadores brasileiros que se tornaram empreendedores é extensa — e em segue crescendo. Confira alguns nomes que ilustram bem o potencial dessa virada:

1. Bianca Andrade (Boca Rosa): Boca Rosa Beauty

Bianca Andrade iniciou sua carreira compartilhando tutoriais de maquiagem no YouTube. Em 2018, lançou a Boca Rosa Beauty em parceria com a Payot. 

Durante essa colaboração, a marca alcançou um faturamento de R$ 120 milhões em 2020. Em busca de maior autonomia, Bianca encerrou a parceria em 2023 e investiu R$ 30 milhões para desenvolver sua própria estrutura de produção. 

Em uma live de pré-lançamento em junho de 2024, a marca faturou R$ 5 milhões, vendendo mais de 64 mil produtos. 

Bianca exemplifica como a autenticidade e o conhecimento do público podem ser convertidos em empreendimentos lucrativos.

2. Bruna Tavares: Linha Bruna Tavares

Jornalista de formação, Bruna Tavares fundou o blog “Pausa para Feminices” em 2009. Em 2016, lançou sua própria linha de maquiagem, a Linha Bruna Tavares, reconhecida por produtos de alta qualidade e inovação. 

Em 2023, a marca anunciou uma fusão com o grupo internacional Kiss New York, visando expandir sua presença global. Bruna demonstra que paixão e dedicação, aliadas a produtos de excelência, podem consolidar uma marca no mercado de beleza

3. Julia Petit: Sallve e Contém 1g

Julia Petit, influenciadora e empresária, cofundou a Sallve, marca de cuidados com a pele que se destaca pela inovação e cocriação com a comunidade. 

Em 2023, a Sallve adquiriu a tradicional marca de maquiagem Contém1g, relançando-a no mercado com produtos reformulados e veganos. 

Julia exemplifica como a visão empreendedora pode revitalizar marcas e criar novas oportunidades no mercado de beleza.​

4. Mari Maria: Mari Maria Makeup

Mari Maria transformou sua paixão por maquiagem em uma marca própria, a Mari Maria Makeup. Seus produtos, conhecidos pela alta cobertura e acabamento natural, estão disponíveis em grandes varejistas como Amazon, Riachuelo e Renner. 

Mari Maria ilustra como a construção de uma identidade visual forte e produtos alinhados às necessidades do público podem levar ao sucesso empresarial.

5. Camila Coutinho: GE Beauty

Pioneira no universo digital, Camila Coutinho lançou em 2020 a GE Beauty, uma linha de produtos capilares veganos e customizáveis. 

A marca oferece shampoos, máscaras condicionadoras e boosters que permitem personalização conforme as necessidades individuais. 

Camila mostra como a inovação e a personalização podem atender às demandas de um mercado cada vez mais exigente.​

6. Virginia Fonseca: WePink

Virginia Fonseca, influenciadora e empresária, fundou em setembro de 2021 a marca de cosméticos WePink. A empresa alcançou um faturamento de R$ 10 milhões nos primeiros meses após o lançamento. 

Em agosto de 2024, Virginia celebrou a superação da meta de R$ 50 milhões em faturamento para o mês de julho, atingindo R$ 58 milhões. 

Além disso, a influenciadora expandiu sua presença no mercado de beleza ao inaugurar quiosques físicos da marca em shoppings, fortalecendo o relacionamento direto com os consumidores.

7. Viih Tube: Turma Tube e outros

Viih Tube, conhecida por sua atuação como youtuber e influenciadora digital, diversificou suas fontes de renda ao investir em diferentes empreendimentos. 

Em entrevista, revelou que uma de suas fontes de renda fora da internet é sua marca de produtos para crianças, que também realiza shows com personagens. 

Além disso, seu marido, Eliezer, possui investimentos em negócios imobiliários, e o casal compartilha os lucros de forma igualitária. 

Em maio de 2023, Viih Tube anunciou que assumiria a gestão de sua própria carreira, tornando-se sua própria empresária, o que reflete sua busca por maior autonomia e controle sobre seus negócios. ​

Esses exemplos demonstram como influenciadores podem utilizar sua conexão com o público para criar e expandir negócios próprios, diversificando suas fontes de renda e consolidando suas marcas no mercado.

O que diferencia uma marca de influenciador de uma marca tradicional?

A diferença está no modelo de relacionamento com o consumidor. Enquanto marcas tradicionais precisam conquistar atenção (geralmente com mídia paga), os criadores já possuem atenção, relevância e canal direto com sua audiência.  Eles não precisam “convencer” — eles conversam. Além disso, influenciadores têm:

  • Velocidade de lançamento — podem testar produtos em ciclos rápidos;
  • Comunicação mais ágil e personalizada — falam a língua do público;
  • Maior flexibilidade — ajustam o branding, o mix e a narrativa com base no feedback em tempo real.

Mas atenção: não basta colocar o nome em um rótulo. Criar uma marca exige visão de longo prazo, estrutura e clareza de posicionamento.

Quais são os desafios dessa transição?

Nem tudo são flores. Empreender exige competências que vão muito além do alcance no Instagram. Entre os desafios mais comuns:

  • Gestão e logística: produção, estoque, distribuição, atendimento e tudo o que envolve uma operação real.
  • Construção de marca sólida: sair da lógica do “produto com o meu nome” e entrar no jogo do branding, com identidade clara e proposta de valor consistente.
  • Sustentabilidade a longo prazo: transformar uma audiência engajada em base fiel de clientes exige mais do que carisma — exige consistência e entrega.
  • Escala além da bolha: algumas marcas funcionam muito bem na base do influenciador, mas têm dificuldade de escalar fora do universo de seguidores.

O que o social commerce tem a ver com isso?

Para um influenciador que está pensando em lançar sua própria marca ou validar uma ideia, o social commerce é mais do que um canal de venda: é um ecossistema de experimentação, relacionamento e conversão em tempo real. Vamos explicar em três dimensões:

Social commerce como ambiente de construção

O social commerce não é só “vender nas redes sociais”. É sobre usar o conteúdo como canal de venda direta — integrando demonstração, recomendação e compra no mesmo ambiente.

Isso significa que o influenciador pode testar uma linha de produtos em vídeos, stories, lives ou posts e ver, em tempo real:

  • Quais produtos geram mais interesse?
  • Que tipo de linguagem funciona melhor?
  • Qual o feedback imediato do público?

Esses dados são valiosos para quem ainda está estruturando um portfólio, definindo preços ou criando o posicionamento da marca.

Social commerce como laboratório de marca

Nem toda ideia precisa começar grande. Muitos criadores estão usando o modelo de afiliados — onde recebem comissão por cada venda feita com seu link.

Desse modo, conseguem entender o que sua audiência tem mais interesse em comprar. Essa prática funciona como um laboratório de:

  • Categorias mais desejadas;
  • Formatos de venda mais eficientes (vídeo curto, live, reels, review);
  • Estilo de narrativa mais convincente.

Sendo assim, é um aprendizado prático, com retorno financeiro já no processo.

Social commerce como ponte para autonomia

Ferramentas como o Ovni permitem que o influenciador estruture campanhas próprias, se relacione com marcas como afiliado, tenha acesso a dados de performance e, futuramente, use a plataforma como canal para vender seus próprios produtos — sem depender de intermediações.

Para quem já tem ou quer lançar uma marca, o Ovni também pode ser o ponto de partida para:

  • Encontrar e contratar influenciadores parceiros para ajudar nas vendas;
  • Criar campanhas rastreáveis com foco em performance;
  • Conectar comunidade e produto com clareza e mensurabilidade.

O social commerce não é só o cenário onde tudo acontece — é a alavanca para transformar ideia em produto, e audiência em negócio.

Influência é um ativo — e marca é o próximo passo

A nova geração de criadores não está apenas criando conteúdo: está construindo negócios.

Seja recomendando produtos de terceiros ou lançando suas próprias linhas, os influenciadores de hoje são muito mais do que canais — são empresas com voz, valores e visão.

E a próxima pergunta que muitos já estão se fazendo não é mais “qual publi eu vou fechar este mês?”, mas sim: “qual marca eu quero construir com a minha influência?”. Por isso, se cadastre no Ovni para encontrar as melhores parcerias!