Conhecer as estratégias da China para e-commerce ajuda o lojista brasileiro a vender com mais clareza e agilidade. Você se interessa pelo assunto?
Esse foi o ponto central do episódio do PodEmpreender “Gastaram R$ 50.000 e descobriram o futuro na China”, em que Michelle Jakobs e Wesley Banza, da Labecom, contam o que aprenderam ao investir esse valor para entender de perto como funciona o consumo no país asiático.
A partir das falas da Labecom, este artigo reúne estratégias observadas diretamente no mercado chinês — todas aplicáveis ao e-commerce brasileiro sem depender de grandes investimentos.
São ajustes de postura, comunicação e velocidade que fazem diferença no dia a dia de quem vende online. Leia e confira!
Como a China revela um jeito mais simples de vender online?
Logo no início da conversa, Michelle e Wesley contam que a China funciona em um ritmo que surpreende. Eles dizem que “tudo acontece muito rápido”, desde a troca de mensagens até a decisão de compra.
Essa agilidade molda o comportamento do consumidor, que já espera respostas rápidas e soluções diretas. Veja o episódio completo:
Outro ponto marcante é que o consumidor chinês resolve tudo dentro do mesmo lugar: tira dúvida, compra, paga e recebe atualizações sem sair de um único ambiente. Isso torna a compra mais simples e reduz a sensação de esforço.
Para a Labecom, esse é um dos principais aprendizados: quando o processo é natural para o cliente, tudo flui melhor.
Essas observações ajudam a entender por que as estratégias chinesas são tão eficientes — e por que parte delas pode ser adaptada ao Brasil sem tentar reproduzir todo o modelo.
Quando comparam Brasil, China, Europa e Canadá, Michelle e Wesley notam que o lojista brasileiro é criativo e trabalha duro, mas se prende demais ao planejamento e à busca pelo momento perfeito.
Michelle comenta que “muita gente aqui passa tempo demais pensando antes de agir”, e isso desacelera o negócio.
Eles explicam também que o público brasileiro gosta de proximidade, conversa, demonstração e confiança — elementos muito fortes no mercado chinês.
Quando esses hábitos se encontram, fica evidente o quanto o Brasil tem espaço para crescer aplicando estratégias inspiradas no que viram na China.
O ponto não é tentar ser a China, mas adaptar comportamentos que fazem sentido para a realidade daqui.
As 7 estratégias da china que lojistas brasileiros podem copiar
Antes de entrar nas estratégias, a Labecom reforça que tudo nasce de atitude. Como Wesley resume, “não é sobre copiar tudo, é sobre entender o espírito da coisa”. A seguir estão as práticas que mais chamaram atenção durante a experiência na China.
1. Velocidade como padrão de trabalho
Michelle descreve que, na China, “ninguém fica esperando o momento perfeito para fazer”. Eles resolvem e avançam, mesmo sem todas as respostas.
Essa postura, segundo ela, tira um peso emocional que no Brasil costuma travar decisões simples. Lá, o erro não é visto como falha, mas como parte do processo — e isso acelera tudo.
Wesley completa dizendo que ideias são testadas no mesmo dia, e não guardadas em listas intermináveis. Ele comenta que essa velocidade muda a forma de trabalhar, porque evita o acúmulo de tarefas que nunca saem do papel.
O resultado é uma rotina mais leve, em que o lojista aprende mais rápido porque vê o que funciona enquanto faz.
Esse contraste fica ainda mais evidente quando eles falam sobre viver no Canadá e na Europa, onde o ritmo também é mais lento que na China.
Essa comparação ajuda o lojista brasileiro a perceber que velocidade não é sobre pressa — é sobre movimento. É a disposição de agir antes que a ideia esfrie.
2. Live commerce como parte da rotina
Para a Labecom, o live commerce é um divisor de águas. Michelle comenta que “as lives acontecem o tempo todo” na China, sem a formalidade que existe no Brasil. Lá, o vendedor liga a câmera, mostra o produto, responde perguntas e vende, tudo com naturalidade.
Eles explicam que essa rotina cria um tipo de relacionamento diferente: menos distância, menos insegurança e mais verdade. O comprador se sente conversando com alguém que conhece o produto de verdade, e isso reduz o medo de comprar.
Outra camada importante é a espontaneidade. Wesley destaca que, ao vivo, o cliente percebe detalhes que nenhum vídeo editado consegue mostrar. Isso cria um tipo de confiança que, segundo eles, ainda é raro no Brasil.
E como o formato é pouco explorado aqui, o primeiro lojista que transformar isso em hábito já sai anos na frente.
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3. Integração entre canais como experiência básica
Ao falar sobre o consumidor chinês, os dois explicam que ele “faz tudo no mesmo lugar”. Essa integração não é vista como um diferencial, mas como o funcionamento natural das coisas. O cliente não sente que está mudando de ambiente, porque tudo responde rápido e no mesmo fluxo.
A comparação com o Brasil reforça o contraste. Aqui, as pessoas pulam entre rede social, WhatsApp, loja virtual e atendimento, acumulando pequenas fricções.
A Labecom explica que esses microatritos fazem o cliente pensar mais, e quando o cliente pensa demais, ele desiste.
Eles destacam que, mesmo sem o superapp chinês, integrar canais no Brasil já cria uma sensação de fluidez.
Quando rede social, loja e WhatsApp conversam entre si, a compra parece mais simples — e isso aproxima a experiência local daquilo que eles viram no mercado chinês.
4. Decisões orientadas pelo comportamento real do cliente
Michelle comenta que, na China, “eles prestam atenção no que a pessoa realmente faz”. Essa observação molda decisões pequenas e grandes, porque elimina achismos. O vendedor não decide pela própria opinião, decide pelo que o cliente mostrou.
Wesley reforça que esse olhar atento se repete em todo tipo de negócio. Lá, perguntas repetidas, reações, objeções e dúvidas ganham muito peso.
Isso reduz tentativas aleatórias e torna os ajustes mais certeiros. Ele comenta que, quando se observa com calma, o próprio público mostra o caminho.
Essa mentalidade faz sentido para o lojista brasileiro, porque ajuda a evitar esforços desnecessários. Em vez de criar campanhas que não conectam, o lojista passa a responder exatamente ao que o cliente precisa — como a China faz há anos.
5. Conteúdo que explica, demonstra e simplifica
Wesley é direto ao dizer que “o cliente não quer imaginar, quer ver”. A demonstração — seja ao vivo, seja em vídeo — reduz ansiedade e mostra a verdade do produto. Na China, isso faz parte da rotina porque aproxima vendedor e comprador.
Michelle conecta isso ao comportamento do consumidor brasileiro, que gosta de ver detalhes e sentir confiança antes de comprar. Quando o conteúdo mostra o que importa, e não apenas o que é bonito, a compra fica mais natural e menos forçada.
Outro ponto importante que eles trazem é que conteúdo simples não significa conteúdo pobre. Significa conteúdo útil.
A Labecom reforça que mostrar o que interessa tira dúvida mais rápido, reduz objeções e dá ao cliente a sensação de estar fazendo uma boa escolha.
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6. Respeito ao processo de produção e qualidade
Quando falam sobre a China, Michelle comenta que “o que parece bagunça na verdade é muita organização”. Ela descreve processos rígidos, disciplina e cuidado.
Isso surpreende muitos brasileiros porque existe a ideia de que tudo vindo da China é improvisado — e eles mostram que não é assim.
Esse entendimento muda a forma como o lojista escolhe fornecedores. Em vez de descartar opções pela origem, passa a avaliar pelo processo real.
E como a Labecom vive essa ponte Brasil–China, eles reforçam que selecionar com critério evita problemas e melhora a experiência do cliente final.
Essa visão também combate um preconceito comum: o de que preço baixo significa descaso. Eles explicam que existe variedade, sim, mas também existe muita qualidade — desde que o lojista saiba escolher.
7. Uso natural de inteligência artificial para acelerar tarefas
Na parte do episódio dedicada à IA, Wesley comenta que a tecnologia “tira peso do trabalho repetitivo”. Isso se conecta diretamente à velocidade do mercado chinês, onde a IA já faz parte da rotina.
Eles explicam que a IA ajuda a responder mais rápido, organizar mensagens, entender padrões e até interpretar melhor o que o cliente está pedindo. Isso libera o lojista para focar no que realmente precisa da atenção humana.
Para o mercado brasileiro, isso significa ganhar tempo e leveza. A Labecom destaca que a IA não substitui o vendedor — ela o libera para trabalhar melhor.
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O que dá certo e o que não funciona ao copiar a China?
Ao conectar tudo o que viram, Michelle diz que “o trabalho fica mais leve quando você para de adivinhar e começa a observar”.
Segundo ela, o lojista que testa rápido, demonstra mais e conversa com o cliente com naturalidade começa a enxergar o que precisa mudar sem esforço.
Wesley reforça que a maior armadilha é tentar copiar tudo exatamente como é feito lá. Ele explica que “a comparação serve para inspirar, não para imitar”, porque os contextos são completamente diferentes. Quem tenta replicar o modelo inteiro acaba frustrado.
Outro erro comum é investir primeiro na ferramenta, e não no comportamento. Wesley resume isso de forma direta: “não adianta ter a ferramenta certa se o comportamento continua o mesmo”. A boa prática é começar pelo básico: ritmo, clareza, demonstração, integração.
Quando esse ajuste acontece, a loja passa a fluir com mais naturalidade. O cliente entende mais rápido, o vendedor se comunica melhor e a rotina perde o peso de processos complicados.
O próximo passo para dominar estratégias da China no seu e-commerce
A visão da Labecom mostra que o avanço começa com gestos simples: agir mais rápido, mostrar mais, ouvir o cliente e tornar a rotina menos pesada.
Essas pequenas mudanças aproximam a loja do que eles viram na China — sempre com adaptação, nunca com imitação.
Se você quer continuar aprendendo com quem vive o e-commerce na prática, acompanhe os conteúdos do blog e os próximos episódios do PodEmpreender no canal de Bruno Brito.
São conversas que ajudam o lojista a enxergar o mercado com mais clareza e a aplicar, no dia a dia, caminhos que realmente funcionam.










