
Nos últimos anos, o marketing de nostalgia deixou de ser uma tática pontual para se consolidar como uma das abordagens mais eficazes para engajar consumidores.
Em meio a crises globais, instabilidade econômica e sobrecarga digital, olhar para o passado tornou-se um gesto de conforto — e as marcas estão acompanhando esse movimento de perto.
No e-commerce, a tendência se destaca por seu potencial de gerar conexão emocional e engajamento. A seguir, exploramos as principais pesquisas sobre o tema, os motivos por trás da força da nostalgia e como aplicar essa estratégia de maneira relevante na sua loja. Boa leitura!
O que é o marketing de nostalgia (e o que ele não é)?
O marketing de nostalgia é mais do que resgatar elementos visuais do passado — é um recurso emocional capaz de criar conexões profundas entre marcas e consumidores.
Ele se baseia no princípio de que experiências marcantes, mesmo que vividas há muito tempo (ou até idealizadas), permanecem emocionalmente acessíveis na mente das pessoas. E quando acionadas no momento certo, influenciam diretamente nas etapas das decisões de compra.
Não à toa, esse tipo de abordagem tem ganhado relevância entre diferentes gerações. Segundo dados da GWI, a nostalgia por mídias de décadas passadas é amplamente compartilhada:
- 56% da Geração Z se sente nostálgica pelos anos 2000 e 37% sente saudade dos anos 90, mesmo tendo nascido depois;
- 61% dos Millennials têm forte apego aos anos 90;
- 65% da Geração X se conecta com os anos 80;
- 67% dos Baby Boomers sentem nostalgia pelos anos 70.
Isso mostra que, independentemente da faixa etária, há uma disposição coletiva para consumir experiências que remetam a tempos considerados emocionalmente seguros ou marcantes.
Portanto, isso significa que qualquer loja virtual, em qualquer nicho, pode explorar essa estratégia de forma adaptada à sua audiência.
Ou seja: existem diversas portas de entrada emocionais que o e-commerce pode explorar — seja na moda, decoração, papelaria, eletrônicos, beleza ou colecionáveis.
Nostalgia como estímulo emocional (e não apenas visual)
O erro mais comum das marcas ao usar o marketing de nostalgia é reduzi-lo a uma estética retrô genérica com fontes pixeladas, tons pastéis e filtros vintage.
Isso pode funcionar em uma campanha ou em um post, mas dificilmente sustenta uma estratégia de longo prazo.
Afinal, a nostalgia verdadeira está nos detalhes emocionais, não apenas no visual. E segundo a pesquisa GWI, os principais gatilhos que despertam esse sentimento são:
- Filmes (71%): narrativas que marcaram época, clássicos do cinema, personagens icônicos;
- Músicas (64%): trilha sonora da infância, hits de época, jingles memoráveis;
- Programas de TV (60%): séries, desenhos animados, novelas;
- Fotografias (47%): registros familiares, estética de câmera analógica, scrapbooks;
- Videogames (36%): consoles clássicos, jogos 8-bit, títulos como Mario, Sonic, Tetris;
- Revistas e livros (36%): títulos de banca, coleções escolares, capas icônicas.
No entanto, esses elementos não precisam estar no seu catálogo de produtos para serem acionados. Eles podem ser incorporados:
- Na narrativa da campanha;
- No nome de coleções;
- Na trilha de um vídeo promocional;
- Em imagens, textos e elementos gráficos;
- No conteúdo de e-mails e redes sociais.
Por exemplo, uma loja de papelaria não precisa vender revistas antigas, mas pode lançar uma coleção chamada “Volta às aulas 2001”, com estética escolar da época e frases como “Você também colava adesivo no estojo?”.
O que o marketing de nostalgia não é
É importante reforçar que nostalgia não é saudosismo cego. Resgatar o passado com senso crítico é essencial para que a estratégia não pareça datada ou desconectada.
Segundo o estudo da GWI, 56% dos consumidores afirmam gostar quando marcas reutilizam logos ou campanhas antigas, desde que atualizadas aos padrões de hoje.
Ao mesmo tempo, 41% esperam ver mais inclusão de tamanhos e 38% desejam mais diversidade corporal nas campanhas — especialmente entre públicos mais jovens. Isso mostra que, para ser relevante, a nostalgia precisa ser filtrada:
- Não deve romantizar o que hoje é considerado excludente ou ultrapassado;
- Deve relembrar o que era bom, mas adaptar à linguagem, valores e hábitos de consumo atuais.
Sendo assim, em vez de simplesmente reviver campanhas dos anos 90, o ideal é reinterpretá-las sob a lente do presente. Como fazer isso?
- Modernizando a linguagem (sem perder o tom afetivo);
- Usando representatividade nas imagens;
- Oferecendo experiências digitais com estética analógica (como vídeos estilo VHS ou interações “tamagotchi”);
- Permitindo personalização para tornar a memória mais íntima e relevante.
O marketing de nostalgia é, acima de tudo, sobre significado. Ele ativa lembranças que geram confiança, acolhimento e pertencimento — três gatilhos emocionais que favorecem a decisão de compra.
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Como a nostalgia influencia o comportamento de compra?
Mais do que uma emoção, a nostalgia impacta decisões de consumo. Quando ativada, ela provoca sentimentos que reduzem o atrito da compra e aumentam o valor percebido de um produto.
Segundo uma pesquisa da MindMiners em parceria com a ESPM, 53% dos brasileiros associam a nostalgia a sentimentos de felicidade, e 45% a emoção.
Isso não é trivial: marcas que conseguem despertar essas sensações têm maior probabilidade de gerar engajamento, fidelização e, principalmente, conversão.
A mesma pesquisa mostra que 49% dos entrevistados compram produtos que os conectam a memórias positivas.
Ou seja, há uma clara correlação entre nostalgia e intenção de compra — seja por identificação emocional, por conforto psicológico ou pelo desejo de reviver experiências marcantes.
Esses dados mostram que o marketing de nostalgia atende tanto a um desejo interno (conexão emocional) quanto a um estímulo externo (tendência cultural).
Grandes marcas têm usado o marketing de nostalgia para impulsionar vendas e reposicionar produtos. No Brasil, a estratégia tem rendido resultados expressivos:
- A boneca da Xuxa, relançada após décadas, esgotou em apenas 24 horas.
- A Brasil Cacau, ao relançar chocolates da Turma da Mônica, faturou R$ 5 milhões em dois meses.
- A Quem Disse, Berenice? apostou em uma linha de maquiagem inspirada em Harry Potter, prevendo quadruplicar a receita de colaborações anteriores.
Os exemplos acima mostram que a nostalgia não é uma estratégia apenas emocional — ela movimenta mercados e traz resultados concretos.
O que os consumidores nostálgicos estão comprando?
Uma pesquisa realizada pelo Guia dos Melhores, ajuda a ilustrar com mais clareza como a nostalgia se traduz em comportamento de compra no Brasil. Segundo os dados:
- 83% dos brasileiros sentem nostalgia por produtos das décadas de 80, 90 e 2000
- 49,2% afirmam que sentem conexão emocional e consomem produtos relacionados a essas décadas
- 33,8% sentem conexão, mas ainda não consomem — o que representa uma oportunidade de conversão latente
- 11,8% não têm apego afetivo, mas consomem por tendência ou modismo
- Apenas 5,2% não sentem conexão nem consomem
Esses números indicam que o potencial de consumo ligado à nostalgia chega a quase 95% da população pesquisada, somando os que já consomem com os que demonstram abertura emocional ou interesse indireto. Para o lojista virtual, isso significa que:
- Existe um público ativo, que compra porque sente (quase metade).
- Existe um público em potencial, que precisa apenas do estímulo certo para converter (um terço).
- E até quem não tem vínculo emocional direto pode comprar, se enxergar valor simbólico, social ou estético no produto.
Ou seja, a nostalgia é um vetor de atração que atinge diferentes níveis de consciência do consumidor: desde o saudosista convicto até o comprador por tendência.
Mesmo que você não venda produtos retrô diretamente, eles podem servir de inspiração para coleções temáticas, campanhas ou identidade visual.
Desse modo, você não precisa vender um Discman ou uma fita cassete. Mas pode lançar uma linha de camisetas inspirada em capas de revistas dos anos 90, um planner com estética de caderno antigo, ou uma vitrine temática de “volta à infância”. O apelo está na memória ativada, não no objeto em si.
Como aplicar o marketing de nostalgia no e-commerce com estratégia (e não com clichês)
A nostalgia funciona porque fala diretamente com a memória emocional do cliente. Mas para gerar resultados, ela precisa ser aplicada de forma estruturada — com lógica de jornada, sensibilidade de marca e uso inteligente de ferramentas.
A seguir, mostramos como usar o marketing de nostalgia nas principais etapas da jornada do consumidor no e-commerce:
Atração: como despertar o interesse com referências que emocionam
A primeira função da nostalgia é chamar atenção em meio ao excesso de estímulos. E ela faz isso de forma natural, porque ativa lembranças pessoais, muitas vezes afetivas. Para isso:
- Crie campanhas sazonais com temática retrô: datas como volta às aulas, Dia das Crianças, Black Friday ou início do verão são ótimos momentos para lançar coleções como “Volta aos anos 2000”, “Especial Turma do Recesso” ou “Moda anos 90”.
- Use imagens e chamadas que despertem memória: o app 365 Artes ajuda a aplicar selos, frases como “Edição Limitada 1998”, “Clássico da infância” ou “Reedição nostálgica” nos seus criativos, sem depender de um designer.
- Traga elementos da cultura pop como isca criativa: campanhas que mencionam programas de TV, músicas ou brinquedos populares ativam conexão imediata. Use isso nas redes sociais e em criativos de tráfego pago para gerar identificação instantânea.
Dica: aproveite o Widget Instagram e o Widget TikTok para trazer para a vitrine da loja conteúdos #tbt, vídeos com trilhas nostálgicas e posts temáticos — ampliando o alcance da campanha e gerando envolvimento desde o primeiro contato.
Conversão: como transformar memória em decisão de compra
Depois que o consumidor chega até sua loja, a nostalgia precisa cumprir uma nova função: reforçar o desejo e justificar a compra. Isso é feito ao alinhar o produto com uma história, um sentimento ou uma lembrança relevante. Sendo assim:
- Use descrições de produto com storytelling nostálgico: troque “blusa de algodão pima com estampa gráfica” por “camiseta com estampa que parece saída de um sábado à tarde de 1996”.
- Dê nomes afetivos aos produtos ou coleções: “Coleção Fitas K7”, “Linha Clube da Saudade”, “Volta à infância” são mais memoráveis do que códigos de SKU.
- Incentive personalização com valor emocional: com o app Campo Personalizado, o cliente pode incluir uma frase de uma música, nome de um personagem ou data marcante no produto — e isso aumenta o valor percebido, sem alterar seu custo estrutural.
- Crie ofertas por tempo limitado com apelo à memória: use gatilhos como escassez e exclusividade com linguagem afetiva. Exemplo: “Essa edição só volta em 2030 — se voltar”.
Experiência: como criar um ambiente que emociona e engaja
Enquanto o cliente navega pelo site, a nostalgia pode reforçar o encantamento e aumentar o tempo de permanência — o que tende a elevar o valor médio do pedido e a taxa de conversão. Veja o que você pode fazer:
- Incorpore vídeos com apelo emocional dentro da loja: o app Replay permite inserir vídeos em páginas de produto. Use isso para contar histórias, mostrar o contexto ou associar uma trilha sonora que “transporta” o cliente para outra época.
- Crie páginas temáticas com atmosfera nostálgica: com o app Landing Page, você monta vitrines sazonais, coleções especiais ou experiências de lançamento com visual e narrativa próprios, para o cliente a “entrar no clima” da campanha e enxergar valor nos produtos.
- Use avaliações para reforçar o vínculo emocional: com o Lily Reviews, destaque comentários como “me lembrou a infância” ou “igual ao que minha mãe usava”. Esses depoimentos funcionam como prova social emocional, e o app permite solicitar avaliações automáticas, além de importar reviews de outros canais.
Pós-venda e recompra: como manter o vínculo vivo
A nostalgia também pode ser cultivada depois da compra — seja para fidelizar, seja para reativar clientes antigos com campanhas de reconexão. O que fazer:
- Personalize o atendimento com empatia e memória: o SAK, app de atendimento via WhatsApp, permite mensagens automáticas com linguagem afetiva e contextualizada. Por exemplo: “Esse produto voltou direto dos anos 90 — e você foi um dos primeiros a garantir. Pronto para reviver a experiência?”
- Crie campanhas de reengajamento com base em memória: datas como aniversário do cliente, início do ano letivo, festas de fim de ano ou virada de década são ótimas oportunidades para reaparecer com uma mensagem nostálgica — e uma nova oferta.
- Ofereça brindes ou experiências digitais que reforcem a lembrança: um mimo retrô ou até mesmo um pôster digital exclusivo (usando o app Dijital ou o Selly) pode ser um diferencial no pós-venda que deixa marca e aumenta a chance de recompra.
Aplicar o marketing de nostalgia no e-commerce exige mais do que uma estética bonita. É sobre usar as emoções certas, nos momentos certos da jornada — da atração ao pós-venda — para transformar memórias em conversões.
Com as ferramentas certas e uma boa dose de empatia, qualquer loja pode usar o passado como ponte para vender mais no presente.
Nostalgia que vende é aquela que emociona com propósito!
O marketing de nostalgia no e-commerce não se trata de copiar o passado. Mas de reativar sentimentos que conectam pessoas com o melhor daquilo que viveram — ou imaginaram viver.
E quanto mais digital o ambiente se torna, maior a potência dessa conexão emocional.
Com planejamento, criatividade e o uso das ferramentas certas, você pode transformar a nostalgia em um diferencial competitivo real, em qualquer nicho.
Porque no fim das contas, o cliente pode até esquecer o preço, mas ele nunca esquece como algo o fez sentir.
E isso é exatamente o que sua marca pode oferecer ao aplicar o marketing de nostalgia com intenção e criatividade.
Afinal, ao ativar memórias afetivas, sua marca se diferencia, gera identificação e transforma produtos em experiências memoráveis.
Com os aplicativos do Empreender Plus, você pode aplicar essa estratégia de forma prática, criativa e eficaz em cada etapa da jornada do cliente — da personalização ao pós-venda.
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