A inteligência artificial nas vendas deixou de ser promessa para se tornar parte do cotidiano de quem empreende. Em poucos anos, o que antes parecia ficção passou a integrar a rotina de empresas que vendem, atendem e se relacionam com clientes.
Mas o impacto da IA vai além da automação: ela está redefinindo o que significa vender, aprender e se conectar. A tecnologia deixou de ser apenas uma ferramenta e passou a ser um espelho da forma como pensamos, sentimos e conduzimos negócios.
Esse é o ponto de partida do quarto episódio do PodEmpreender, “IA substitui vendedores? Empresários revelam verdade chocante”, com Hayllon e Jason, fundadores da Zord Hub Tec, empresa de tecnologia que desenvolve agentes de IA personalizados capazes de aprender com interações humanas.
O episódio mostra que a IA não veio substituir o humano — veio ampliar o que há de mais humano em nós. Continue lendo para conferir os insights desse papo!
Do código ao comportamento: o impacto da inteligência artificial nas vendas
O episódio começa com leveza, mas rapidamente ganha profundidade. Hayllon se apresenta como “programador e empresário — mais empresário que programador” e explica que a Zord nasceu da percepção de um espaço pouco explorado: desenvolver sistemas personalizados que integram dados e inteligência artificial de forma sob medida.
Jason complementa trazendo o olhar prático da operação: “Eu cuido da parte de gestão e coordenação de projetos, algo muito demandado hoje. Estamos há bastante tempo nesse setor, mas agora com um novo olhar, impulsionado pela IA.”
Bruno Brito, host do PodEmpreender, provoca o debate com um exemplo recente: a integração entre ChatGPT e Shopify, que permite comprar diretamente dentro do chat. “Dá para comprar dentro do GPT agora. Será que as lojas virtuais vão acabar?”
Hayllon responde que o GPT tem algo que as lojas não têm: entendimento de comportamento. Ele guarda histórico, aprende com as preferências do usuário e entende o contexto das interações.
Jason complementa com uma visão sobre o futuro das relações comerciais: o vendedor do futuro não vai competir com a IA — vai conversar melhor do que ela. É um insight que resume o espírito do episódio: a tecnologia muda o processo, mas é o humano que ainda define a experiência.
Assista ao episódio completo do PodEmpreender e entenda como a tecnologia e o fator humano se encontram na nova era dos negócios.
Da falência à reinvenção: quando a IA se torna um recomeço
Antes de se tornar especialista em inteligência artificial nas vendas, Hayllon viveu uma história de ascensão e queda. Ele começou vendendo narguilés há mais de 13 anos, foi um dos pioneiros do setor no Brasil e chegou a exportar para mais de 15 países.
O sucesso veio rápido, e com ele, a falsa sensação de estabilidade. Mas a chegada dos cigarros eletrônicos mudou completamente o mercado. “De um mês para o outro, o faturamento caiu 90%. Eu não esperava. Achei que meu dinheiro não ia acabar.”
Sem reservas financeiras, precisou vender bens, encerrar contratos e encarar um recomeço. “Foi difícil cair o padrão de vida, mas foi ali que aprendi a lidar com simplicidade.”
A virada veio quando decidiu se mudar para Alphaville com a esposa e pouco dinheiro. Passou dez meses completamente imerso em aprendizado. “Saía da cama para o escritório e do escritório para a cama”, relembra.
Dessa imersão nasceu a ideia de aplicar a inteligência artificial de forma prática, útil e acessível — uma IA a serviço das pessoas.
Antes mesmo de estruturar oficialmente a empresa, vendeu seu primeiro agente de suporte por R$ 20 mil a uma parceira comercial. Foi a prova de que o mercado estava pronto para soluções personalizadas, centradas em aprendizado e contexto. A Zord nascia ali, entre necessidade, experimentação e propósito.
O vídeo de lançamento e o poder da autenticidade
A história da Zord também tem doses de ousadia e humor. Para chamar atenção no lançamento, Hayllon publicou um vídeo com um robô humanoide da Unitree e escreveu: “Por apenas R$ 580.000, você já pode ter o seu.”
O post viralizou. E o que chamou atenção não foi a produção, mas um erro: o editor esqueceu de remover uma legenda automática do ChatGPT. “Fiquei bravo na hora”, conta. “Mas percebi que o vídeo engajou justamente por causa da legenda errada.”
Jason observa que isso mostra como as pessoas se conectam com o que é real. “Às vezes o que engaja é o erro. As pessoas se identificam quando percebem que tem alguém de verdade por trás.”
O episódio reforça um princípio que se aplica tanto ao marketing quanto às vendas com IA: a autenticidade conecta mais do que a perfeição.
Quando a inteligência artificial nas vendas toca a emoção humana
Entre os projetos mais curiosos da Zord, um deles despertou bastante atenção: uma inteligência artificial capaz de conversar com pessoas falecidas.
“Uma cliente perdeu o marido num acidente. Ela me procurou querendo uma forma de se sentir próxima dele de novo”, explica Hayllon.
Com base em áudios e mensagens antigas, o sistema foi treinado para simular o tom e o padrão de fala do marido. “O objetivo era oferecer conforto, não substituir ninguém. Se é algo que a pessoa quer, eu desenvolvo, respeitando a necessidade dela.”
O relato chama a atenção de Bruno, que observa como a IA já começa a atravessar fronteiras antes impensáveis. Ele comenta que o avanço da tecnologia abre espaço para novas formas de conexão e que cada uso revela o quanto ainda estamos aprendendo a lidar com esse potencial.
Aproveitando o gancho, Bruno apresenta o SAK, solução desenvolvida pela Empreender, como um exemplo concreto de como a inteligência artificial pode ser aplicada de forma prática e escalável.
Ele explica que o SAK foi criado para melhorar o atendimento e apoiar as lojas virtuais no relacionamento com clientes, integrando IA a processos de comunicação e vendas.
Enquanto o projeto da Zord mostra o quanto a tecnologia pode alcançar o emocional, o SAK representa seu uso voltado à eficiência e à experiência do cliente.
Dois caminhos que se encontram no mesmo propósito: usar a inteligência artificial para fortalecer relações humanas.
A síndrome do objeto brilhante e o foco no que importa
O papo avança para o ritmo acelerado da inovação — e é nesse ponto que Hayllon faz uma pausa para um alerta. Ele comenta que muitos empreendedores se perdem na “síndrome do objeto brilhante”, aquela tendência de testar tudo o que é novo sem entender o porquê.
“A gente se fascina pelo novo e acaba travando. Todo dia tem uma ferramenta nova. Se você não tiver foco, se perde”, diz.
Bruno reforça a observação, lembrando que esse comportamento é comum em quem empreende na era digital. Ele comenta que a velocidade das novidades pode criar uma falsa sensação de produtividade. “Muita gente acha que está inovando só porque está testando, mas inovação de verdade vem de entender o problema antes da ferramenta.”
Jason traz a discussão para o campo das vendas, explicando que o mesmo fenômeno acontece nos times comerciais.
“Tem vendedor que quer usar todas as ferramentas, mas esquece o básico: entender a dor do cliente. IA nenhuma resolve isso se você não souber o que está procurando.”
Na Zord, a metodologia é simples e direta: identificar uma dor, criar um protótipo, medir resultados, ajustar e evoluir. Segundo Hayllon, “o agente é como um produto físico. Você lança, mede, corrige e melhora.”
A disciplina no processo substitui o impulso de testar tudo. No fim, o episódio deixa claro que inovar não é acumular ferramentas — é aprender a escolher as certas, no momento certo, para resolver o problema certo.
Inteligência artificial nas vendas: o que ainda é insubstituível
Com mais de uma década de experiência na indústria, Jason traz a perspectiva prática do vendedor que aprendeu a adaptar-se à tecnologia.
Ele conta que começou a vender por WhatsApp e que chegou a movimentar mais de dois milhões em vendas — metade presencial, metade online.
“Muitas das vendas que eu fiz foram de relacionamento. Às vezes, eu passava um mês conversando com o cliente, acompanhando a vida dele, até o momento certo de vender.”
Quando questionado se a IA poderia substituir esse tipo de contato, ele é direto: “A emoção ainda faz diferença.”
Hayllon complementa com o lado técnico: “Com análise de sentimento e histórico de conversa, a IA entende o tom e o momento da pessoa. Dá para ajustar isso.”
A inteligência artificial pode mapear padrões, mas o humano ainda é o único capaz de interpretar silêncios, hesitações e intenções.
O episódio mostra que, no fim, a tecnologia pode vender produtos, mas só pessoas vendem confiança. Crescer de forma sustentável exige clareza, humildade e aprendizado constante.
Conexões e pertencimento
Nos minutos finais, o tema muda de tom e se volta à força das conexões entre empreendedores.
Hayllon comenta que Alphaville é um ambiente colaborativo, onde conversas casuais frequentemente se transformam em negócios. “Às vezes, o cara do lado é empresário, e uma conversa simples já vira parceria.”
Para ele, mais do que vender, é preciso pertencer. “As pessoas querem estar próximas de quem compartilha os mesmos valores.”
Jason reforça a ideia com uma observação prática: “Tem cliente que paga mais caro só para estar no grupo certo, com as pessoas certas.”
Bruno acrescenta que esse tipo de rede é o que sustenta o crescimento no longo prazo. Ele lembra que o próprio PodEmpreender nasceu com esse objetivo — criar um espaço onde empreendedores se encontram, compartilham aprendizados e constroem novas ideias juntos.
O episódio termina com uma conclusão que costura toda a conversa: a tecnologia conecta, mas é o pertencimento que dá sentido a essa conexão. Mais do que vender com inteligência artificial, trata-se de empreender com propósito humano.
O que o episódio ensina sobre inteligência artificial nas vendas e humanidade
Mais do que uma conversa sobre tecnologia, este episódio do PodEmpreender é uma aula prática sobre como a inteligência artificial nas vendas pode transformar negócios sem apagar o fator humano.
As falas de Hayllon e Jason se cruzam em um ponto comum: a tecnologia só é revolucionária quando ajuda pessoas a fazerem melhor o que já fazem bem — entender, servir e se conectar.
1. Propósito vem antes da ferramenta
A IA é poderosa, mas não faz sentido sem uma direção clara. Empreendedores que aplicam tecnologia apenas para seguir tendências acabam perdendo eficiência e identidade.
O propósito é o que define por que e como usar a inteligência artificial nas vendas — e é isso que separa projetos transformadores de experiências vazias.
2. Empatia é o novo diferencial competitivo
Automatizar o atendimento é fácil; manter o vínculo é o desafio. A empatia passa a ser o diferencial invisível nas relações de negócio.
Entender a emoção do cliente — e não apenas o que ele diz — é o que transforma a IA em ferramenta de aproximação, não de distância.
Empresas que tratam dados como histórias, e não como números, constroem relações mais duradouras.
3. Foco vence modismo e mantém a direção
A inovação real não está em testar todas as ferramentas, mas em escolher bem quais usar.
Foco é a competência que separa curiosidade de consistência.
No contexto da inteligência artificial nas vendas, isso significa definir métricas, revisar resultados e abandonar o que não gera valor. Menos dispersão, mais estratégia.
4. O erro faz parte do processo de inovação
Em tempos de IA, errar rápido é sinônimo de aprender rápido. Cada tentativa gera dados, e cada dado traz uma lição sobre o comportamento humano ou sobre o próprio mercado.
O fracasso deixa de ser uma falha pessoal e se torna parte do método — uma iteração necessária no ciclo de melhoria contínua.
5. Ética e propósito constroem confiança
A linha entre o útil e o invasivo é tênue. Empresas que usam IA de forma responsável — comunicando com transparência o que fazem e por que fazem — constroem relações de longo prazo.
A confiança se torna o ativo central em um mercado onde tudo pode ser automatizado, menos a integridade.
6. Comunidade é o ativo mais valioso
Mesmo com automação crescente, o poder das conexões humanas continua insubstituível.
A IA ajuda a escalar relacionamentos, mas o pertencimento é o que sustenta a marca.
Criar uma comunidade em torno de um propósito — seja de clientes, parceiros ou colaboradores — é o que garante longevidade. No fim, vender é criar vínculos.
7. A tecnologia amplia o humano — não o substitui
O episódio reforça que o papel da inteligência artificial nas vendas é ampliar o potencial humano, não apagá-lo.
Ela tira o peso das tarefas repetitivas para que o empreendedor possa fazer o que nenhuma máquina faz: criar sentido.
No equilíbrio entre eficiência e emoção, está o futuro dos negócios — um futuro em que dados e sentimentos coexistem para gerar valor real.
O PodEmpreender, produzido pela Empreender, traz conversas com quem está transformando ideias em impacto — de fundadores visionários a profissionais que usam inovação com propósito.
Acesso o canal de Bruno Brito no YouTube e mergulhe em histórias reais de reinvenção, inovação e propósito.
                                                                                                                









