Hayllon Prata, da Zord, ensina como filtrar o que realmente importa em inovação e IA

No cenário atual, a inteligência artificial domina o discurso de inovação, porém, a diferença entre acompanhar tendências e criar valor real é cada vez mais tênue.

No episódio IA substitui vendedores? Empresários revelam verdade chocante? do PodEmpreender, o empresário Hayllon, fundador da Zord Hub Tec, compartilha sua experiência sobre como a disciplina e o foco podem transformar não apenas negócios, mas trajetórias inteiras.

Seu relato oferece lições práticas sobre como navegar o caos informacional da era da IA e como aplicar inovação com propósito. Continue lendo e aprenda os insights desse papo!

O novo desafio do empreendedor: filtrar o excesso de informação e foco em resultados

Em tempos de transformação acelerada, não é raro que o entusiasmo com a tecnologia se confunda com produtividade. Hayllon resume essa armadilha com clareza:

“Todo dia surge uma ferramenta nova. Mas se você não foca, você trava. […] Você fica o tempo todo buscando novidade e não sai do lugar.”

Essa observação introduz um tema central do episódio do PodEmpreender— a síndrome do objeto brilhante, que leva muitos empreendedores a perseguirem todas as novidades, acreditando que isso os manterá competitivos. Na prática, o resultado costuma ser o oposto: dispersão, ansiedade e perda de direção estratégica.

Hayllon conta que viveu isso na pele. Após a quebra de seu antigo negócio, ele se isolou por quase um ano para estudar e compreender profundamente o papel da IA. 

Nesse processo, percebeu que não precisava dominar tudo — precisava encontrar um ponto de aplicação real, onde o conhecimento se transformasse em resultado.

“Fiquei dez meses dentro da minha casa, saindo da cama para o escritório, do escritório para a cama, só estudando para entender o que era de fato a IA e o que eu poderia fazer com ela.”

Essa imersão marcou o início da Zord Hub Tec e também da filosofia que sustentaria seus próximos passos: não seguir o ritmo do mercado, mas o das necessidades concretas dos clientes.

Vale assistir ao episódio completo — onde Hayllon detalha com franqueza como o foco e a resiliência se tornaram a base de sua jornada empreendedora.

Mais do que falar sobre tecnologia, no PodEmpreender, Hayllon e seu sócio, Jason, refletem sobre comportamento, maturidade e propósito, revelando a metodologia que hoje guia a Zord.

Propósito antes do rótulo: a maturidade que sustenta a inovação real

À medida que a conversa evolui, Hayllon aborda outro ponto sensível do empreendedorismo contemporâneo: o fascínio por títulos e a busca por reconhecimento rápido.

“Eu não gosto do nome especialista, porque o especialista se autodenomina. […] Eu prefiro ser reconhecido pelos resultados.”

A fala reflete uma maturidade rara em um setor dominado por narrativas de autopromoção.

Para ele, o que valida um profissional ou uma empresa não é o discurso, mas a entrega.

Em vez de seguir a lógica do marketing pessoal, Hayllon coloca o foco no propósito e na eficiência — princípios que o levaram a reconstruir sua carreira com solidez.

Essa postura se reflete também na forma como a Zord se posiciona no mercado: a empresa não vende “inteligência artificial” como um produto abstrato, mas soluções concretas que resolvem gargalos operacionais e aumentam o desempenho de negócios reais.

A maturidade, portanto, está em entender que tecnologia é meio, não fim — e que a inovação mais valiosa é a que permanece funcional quando o entusiasmo inicial desaparece.

O método de Hayllon: da experiência prática ao filtro da Zord Hub Tec

Depois de enfrentar o caos do recomeço e o fascínio pelas novidades, Hayllon estruturou, quase sem perceber, uma metodologia própria de inovação. Não um manual escrito, mas um padrão de pensamento e execução que hoje orienta os projetos da Zord.

Essa lógica pode ser observada em cinco etapas complementares — cada uma nascida de situações reais descritas no episódio.

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1. Identifique a dor real antes de pensar na solução

“A gente encontrou um gap de atendimento. Falei para o meu sócio: acho que eu consigo fazer um agente de suporte aqui.”

Toda solução sólida começa com uma dor claramente identificada. Hayllon reforça que a inovação deve surgir de um problema legítimo, percebido na operação ou na experiência do cliente.

Essa mentalidade o afastou da armadilha de criar projetos pela novidade — e o levou a enxergar a IA como uma ferramenta de eficiência, não de vaidade tecnológica.

2. Valide a ideia com o que você já tem disponível

“Vendi por 20 mil sem ter feito ainda. Fiz a implementação, comecei a refinar, e entendi que não era tão simples assim.”

Em vez de esperar por uma estrutura ideal ou por capital abundante, Hayllon validou sua primeira ideia no mercado real. O resultado foi um ciclo de aprendizado prático, que o ensinou mais do que qualquer curso ou manual.

Para ele, o movimento é mais importante que a perfeição — inovação é verbo, não substantivo.

3. Ajuste, refine e personalize até funcionar de verdade

“Cada cliente exige um tipo de calibragem. […] Às vezes o mesmo agente não funciona igual em duas empresas.”

Ao falar sobre personalização, Hayllon reforça que o trabalho com IA é um processo vivo. A Zord trata o ajuste como parte natural da rotina: identificar nuances, reescrever prompts, refazer integrações e adaptar o sistema até que a solução se alinhe à cultura e aos fluxos de cada cliente.

Essa prática constante de refinamento é o que dá densidade ao conceito de “filtrar”. Filtrar, aqui, não significa fazer menos, mas agir com precisão, separando o que melhora o resultado do que apenas adiciona complexidade.

4. Aprenda com o cliente: inovação é um processo vivo

“A gente descobre muita coisa depois que o cliente começa a usar. […] É no dia a dia que aparecem as perguntas que a gente nem imaginava.”

Essa fala ilustra a natureza experimental da inovação na Zord Hub Tec. Os projetos não terminam com a entrega: evoluem com base nas interações reais, nos feedbacks e nas novas necessidades que surgem no uso cotidiano.

Com isso, a empresa transforma cada implementação em um laboratório ativo — e a IA deixa de ser um produto estático para se tornar um sistema que aprende junto com o negócio.

5. Decida com base em resultados, não em modismos

“Tem projeto que a gente encerra rápido, e tudo bem. Se não gera retorno, é porque cumpriu o papel de ensinar.”

Para Hayllon, o encerramento de um ciclo não representa fracasso, mas maturidade. Essa visão pragmática o leva a avaliar cada iniciativa por seu retorno objetivo — e não pela empolgação que ela desperta.

Dizer “não” é, para ele, um exercício de gestão: o filtro final que preserva tempo, energia e rentabilidade.

Menos ferramentas, mais propósito: a lição final de Hayllon no PodEmpreender

Ao refletir sobre sua trajetória, Hayllon mostra que a simplicidade é, muitas vezes, o ápice da sofisticação. Na Zord Hub Tec, a prioridade é dominar poucos processos com profundidade, em vez de multiplicar iniciativas sem consistência.

Essa filosofia, sintetizada no princípio do “menos, mas melhor”, é o que sustenta a eficiência e a margem de resultado da empresa.

Mais do que uma escolha operacional, trata-se de um posicionamento estratégico. Em um mercado guiado pela pressa e pela exibição, Hayllon aposta na consistência — e essa é justamente a vantagem competitiva que a maioria ignora.

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